Resenha: Quarto

Autora: Emma Donoughe

Editora: Verus

349 páginas

Jack leva uma vida relativamente normal. Tem uma mãe carinhosa a qual é muito apegado, sabe ler e escrever, gosta de brincar e adora assistir desenhos animados. No entanto, há um pequeno detalhe que o torna peculiar.

Seu mundo se restringe a um quarto. Tudo que existe está lá dentro, desde a pequena mancha de sangue no tapete até aos escassos livros dispostos na prateleira. O resto é apenas televisão: ruas, carros, pessoas, celulares e cachorros não passam de imagens criadas por esse aparelho mágico.

Às nove horas da noite, escondido no Guarda-Roupa, Jack espera o bipe que a porta emite quando aberta. É o Velho Nick - nas palavras dele, o homem meio-real que os traz mantimentos - entrando no Quarto. 

Mas as coisas não ficarão assim para sempre.

O nosso narrador é o próprio Jack, de cinco anos. A autora consegue expor muito bem os sentimentos dele, considerando a idade do protagonista, não se aprofundando muito nos assuntos e simplificando a narrativa. Em algumas partes isso torna a leitura um pouco maçante, mas a linguagem simples e os diálogos fazem com que o ritmo prossiga.

Os relatos parecem sem fascínio à primeira vista; na verdade, a emoção está na entonação das palavras que Jack usa, na sua voz e em seus pensamentos quando enumera diversas coisas. Para entender melhor, sugiro que vejam o filme - ou o trailer, com spoilers -, onde, obviamente, isso fica bem mais explícito.

Emocionante, inovador, realista... Esse livro é isso e muito, muito mais! Super recomendo; merece entrar na minha lista de favoritos, com certeza, apesar dos pormenores!

~Random